Dirigentes muçulmanos pedem reposição de ópera de Mozart
Até que enfim que alguém tem uma atitude sensata!
Conversas desesperadamente à procura da controversa perdida
Meus amigos. Alguns dos que estão a ler isto, não trabalham para a função publica. Como é que se sentem? Acham que está certo uns serem azuis claros e outros serem azuis escuros?
Certamente uns dirão : "Caramba...que injustiça". Outros dirão : "Mas eu acho que este regime é que está certo".
Certo ou errado, justo ou injusto. O que é certo é que foi preciso estarem a ficar sem dinheiro para que estas verdades saissem da toca. Sim, porque se assim não fosse, continuava este sistema escondido e restricto a uns 600 mil trabalhadores enquantos os outros milhões continuariam a pagar a factura.
Poderão dizer que estamos a nivelar por baixo. Que deviamos era ser como a função publica. Certo. Também concordo, mas o que é que, durante estes ultimos 30 anos, os defensores do sistema do funcionalismo publico fizeram pelo privado? ZERO. Puxaram-no para cima? Claro que não. Isso iria esgotar os recursos mais depressa. O que é preciso é que uns milhões de "cegos" continuassem a contribuir para o "Sistema".
Quanto a mim, que já não sou aumentado à 4 anos, que não sei se irei ter reforma, que a unica progressão que tive na carreira foi o aumento de funções e de responsabilidades com o respectivo aumento da carga horária de trabalho, acho que este sistema é injusto porque é descriminatório.
À poucos dias, falando com um amigo meu, e um ilustre académico, veio à baila a obrigatoriedade da permanencia dos professores nas escolas. Ele anda revoltado. E revoltado disse-me "Sabes? Com os anos de carreira que tenho, só tinha obrigação de leccionar 12 horas por semana. Agora tenho que aturar os putos do 8º e 9º. Não estou para isto". Foi com respeito à minha amizade que não dei um grito de desespero naquele momento. 12 HORAS POR SEMANA é o que precisava de fazer para permanecer no seu local de trabalho. Nem que precisasse de mais 12 horas para a preparação das aulas. Fazia 24 horas por semana. Quem me dera, com a idade dele, porque ainda é novo, conseguir ter um emprego com 40 horas semanais. Estão a perceber porque é injusto este sistema. AH! É verdade. Este ilustre professor, nas horas que não necessita estar no seu local de trabalho, está em casa a preparar as aulas que dá na faculdade...
Acho que por hoje chega. Voltarei a falar do funcionalismo publico quando pedirem mais um estudo que identifique para onde vai o meu dinheiro...
Eu relembro: Jorge Sampaio pediu um inquérito ao que aconteceu. Em vez disso, Souto Moura produziu uma acusação aos jornalistas que denunciaram o escândalo. Ou seja, na perspectiva desta criatura, está tudo bem desde que não seja denunciado ao público. Salazar era capaz de estar de acordo. Por algum “estranho” motivo, eu sinto-me escandalizado. Mais por esta acusação, clara tentativa de calar a imprensa e o escrutínio que o público deve poder fazer sobre quem tem responsabilidades para com o país, do que pelos factos que lhe estiveram na origem.
Mas, por muito que custe a acreditar, Souto Moura fez mais uma que até eu não esperava: Como podem ver aqui, não saiu sem fazer uma nomeaçãozinha para um cargo da Procuradoria que não estava ocupado há mais de 15 anos… Mas que, Souto Moura sentiu uma urgente necessidade de preencher a poucos dias do fim do seu mandato. Tudo isto só me provoca um único comentário: QUE NOJO!
Fátima Campos Ferreira está de parabéns! Ontem conseguiu fazer um programa “Prós e Contras”… Só com os prós. Numa altura em que abundam professores descontentes Fátima Ferreira, num passe de mágica, só deu destaque a professores que estão de acordo com a ministra da educação. Um, ainda mais “ministro” do que a ministra, atirou-se aos professores do sindicato como gato a bofe. A outra, do outro lado do estrado e, portanto, supunha-se que representante dos “contra”, bebia embevecida as palavras da ministra enquanto fazia que sim com a cabeça. Foi uma bela acção de relações publicas da pior ministra da educação desde o 25 de Abril. É isto o “serviço público”?
Antes de continuar: eu não sou impermeável às emoções. Lembro-me muito bem do 11 de Setembro de há 5 anos, como recebi as notícias, como corri para os gabinetes dos meus colegas de então, como procurámos atabalhoadamente um site de notícias que ainda não estivesse entupido e de como acabámos a ouvir a TSF num rádio de pilhas que alguém se lembrou que tinha ali. Das emoções desse dia lembro-me sobretudo de duas: rejeição e impotência. Eu não queria aceitar aquela realidade mas era impotente para a deter. E com a realidade vinha o horror, a raiva e a dor. Escrevo no passado, porque estou a recordar, mas os sentimentos estão cá, na mesma.
Há outra coisa que quero explicar antes de passar à frente: Eu sou ateu. Não acredito em céu (ou inferno) ou vidas espirituais após a morte. Por isso é, para mim, intolerável que se impeça alguém de viver a vida a que tem direito. Lançar aviões carregados de gente contra torres carregadas de gente, então…
Mas a vida continua! E, como disse no comentário ao Post do El Ranys, às vezes é preciso racionalizar, por muito que isso nos custe. Porque se não o fizermos, estaremos a combater o terrorismo responsável por estes actos de forma errada e ineficaz. Como se fez ao longo destes 5 anos. Este é um mal que tem de ser combatido com inteligência e não apenas com força bruta.
Organizações extremistas e terroristas, sempre existiram e duvido que alguma vez desapareçam de todo. Essas organizações não constituem um grande problema enquanto não atingem uma dimensão considerável. Enquanto são pequenos grupos desorientados e com poucos recursos são facilmente controláveis por métodos policiais. Os verdadeiros problemas começam quando essas organizações crescem, se organizam e se tornam mais poderosas. E quando, a miopia dos responsáveis pelo combate ao terrorismo, não os deixa compreender que estão a lidar com um fenómeno novo e tentam combater essas organizações usando os mesmos métodos que usavam no passado. No limite, acontecem o 11 de Setembro e todos os outros atentados que vieram em sequência.
O que é preciso então? Na minha opinião, combater as organizações terroristas na sua base social de apoio. É que, elas só crescem se tiverem apoios e simpatias generalizadas numa parte da população. Que é exactamente o que acontece actualmente entre as populações árabes. O Hamas, unanimemente considerado terrorista no ocidente, ganhou as eleições na Palestina. O Hezbollah, a julgar por sondagens recentes, é apoiado por 84% da comunidade Xiita libanesa (ver aqui).
Qual a causa disto? Não me parece difícil explicar. Basta falar na Palestina, na Arábia Saudita, no Iraque e em quantos mais casos para percebermos o ódio generalizado árabe ao ocidente. Não era altura para mudar radicalmente esta política? Exemplo: Enquanto todo o ocidente apoiou, mais ou menos descaradamente, a invasão israelita do Líbano, o Hezbollah anda a subsidiar a fundo perdido a reconstrução de casas, sobretudo de famílias mais pobres! Agora, imagine que é um libanês, que a sua casa tinha levado com uma bomba israelita em cima, e que o Hezbollah, sem lhe pedir nada em troca, lhe dava o dinheiro necessário para a reconstrução. Honestamente, para onde iam as suas simpatias? Para o Ocidente que apoiou Israel? Pois, bem me parecia!