01 setembro 2006

O fim

Reproduzo aqui a noticia porque sei que o link mais cedo ou mais tarde vai desaparecer:

"O Papa Bento XVI junta hoje e amanhã alguns dos seus antigos estudantes de Teologia, para debater a evolução e a religião. Esta iniciativa está a ser encarada como o apoio por parte do Vaticano da posição de alguns grupos cristãos conservadores, sobretudo norte-americanos: a recusa da teoria da evolução através da selecção natural, formulada pelo naturalista britânico Charles Darwin no século XIX." (...) "Os blogues e sítios sobre ciência e religião estão cheios de discussões sobre se esta reunião significa que o Vaticano vai assumir uma postura mais crítica em relação à teoria da evolução, talvez até abraçando o criacionismo ou a teoria da concepção inteligente, nas suas roupagens mais modernas." (...) "Nos Estados Unidos, sucedem-se os casos de estados que tentam eliminar o ensino da teoria da evolução dos currículos escolares, ou pelo menos de a apresentar como uma teoria entre outras, não provada, e que é motivo de polémica entre os cientistas. O Kansas é um dos estados em que o tema é recorrente. Com a entrada de George W. Bush (um cristão renascido) na presidência, estes movimentos que defendem uma interpretação literal da Bíblia, até da criação da Terra e da vida em apenas seis dias, ganharam novo fôlego, dizem os observadores do fenómeno cultural do criacionismo ou concepção inteligente." in Público.
...
Porque é que estes tipos nos fazem estas merdas? Porque é que nos estão sempre a tentar dizer como é que devemos pensar? Porque é que não deixam pessoas inteligentes gostar de religião e achar que a religião é importante para a sociedade?
Sou da opinião que o ser humano não pode viver sem fé, sem um credo qualquer, sem algo em que acreditar. Precisamos de um alter-ego, algo que nos dê indicações sobre o que está certo e errado. Somos seres empáticos, precisamos de nos sentir acompanhados, compreendidos, precisamos que hajam mais pessoas dentro dos grupos com que nos identificamos. Seja um clube desportivo, um partido politico, uma religião, um país ou outra coisa qualquer.
Que alternativas nos deixam? Uma coisa é certa, eu não vou assinar de cruz uma opção destas só porque vem da organização religiosa com que mais me identifico. Como é que eu vou explicar aos meus filhos que optei por um credo mais compreensivo, menos fundamentalista e castrante?
Há concerteza qualquer coisa que me está a escapar. Não acredito que uma organização tão importante e ponderada como o Vaticano tome decisões destas só porque a maior potência mundial tem um atrasado mental como presidente.
Assim não acredito que durem mais dois mil anos.

5 Comments:

Blogger Miguel do Vale said...

Pois é... Religião.
Tema complicado, este.
Religião...Também recorro a ela. Especialmente quando estou aflito. Já pedi muito a Deus, a Jesus. Agumas vezes os meus pedidos concretizam-se. Quando não acontece, chateio-me e faço umas festas nas mão e nos pés de um Buda de porcelana que lá tenho em casa. Aqui, também por vezes os meus pedidos se concretizam. Mas sinto-me mal. Ora peço a um, Ora peço a outro...Não está certo. Serei Cristão? Serei Budista? Ou serei mais um a aproveitar-se da Religião?

1/9/06 12:55  
Blogger Rantas said...

Parece que o bom-senso prevaleceu. Não foi desta que a teoria da concepção inteligente vingou.

3/9/06 12:34  
Blogger El Ranys said...

A Igreja Católica Apostólica Romana é, ela própria, a negação do evolucionismo. Não evolui (ou, se lhe copiássemos o ritmo de evolução, seriamos ainda primatas).

4/9/06 12:58  
Blogger Rantas said...

Por acaso não concordo contigo, Ranys. A Igreja Católica sempre soube adaptar-se à "sociedade civil". Essa é, aliás, a única justificação para se conseguir manter há quase 2.000 anos e ser, de facto, a "Maior Multinacional do Mundo".

O que se passa agora de diferente não é do lado da Igreja - a adaptação faz-se, sempre, mas de forma lenta e gradual. A diferença está na sociedade, que acelerou de tal maneira que é impossível acompanhá-la. O tempo agora é precioso, tudo é urgente, se uma instituição com 2.000 anos pondera durante 2 anos, é uma enormidade, torna-se ultrapassada, inerte, inadaptada.

É tudo uma questão de perspectiva.

5/9/06 01:09  
Blogger Varanda said...

Por acaso concordo contigo nesse ponto, Rantas, mas por outro lado há situações que não necessitam de uma resposta tão rápida como esta que motivou o meu comentário. Não se trata de nenhuma descoberta repentina da medicina ou da tecnologia que modifique os nossos costumes ou a nossa forma de ver o mundo. Estamos a falar da "teoria da evolução através da selecção natural" versus "a criação da Terra e da vida em apenas seis dias"...
Aqui não há perspectiva que aguente.

5/9/06 14:14  

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