25 setembro 2006

A FUNÇÃO PUBLICA

Cá estou eu outra vez a falar do espectacular funcionalismo publico.
Mais uma vez afirmo: NÃO TENHO NADA CONTRA O FUNCIONÁRIO PUBLICO. Quando lanço criticas, lanço-as à injustiça do sistema e não ás pessoas. Isto que fique bem claro.

Mas a verdade é que quantos mais estudos, mais análises são pedidas, mais revoltado fico com tudo isto. E fico revoltado com as diferenças de tratamento que existe entre os trabalhadores que trabalham para o Estado português e os restantes. Entre as diferenças existentes, já não falo das reformas porque a injustiça era tão grande que seria injusto para os trabalhadores do sector privado estar de novo a relembrar os anos a mais que estes teriam de trabalhar, assim como o dinheiro a menos que iriam receber. Mas volto a falar de outras diferenças que ainda me revoltam. Entre elas saliento:
  • A progressão automática nas carreiras sem nenhum critério de avaliação de desempenho.
  • Regimes de horários, faltas e férias muio mais benéficos.
  • Aumentos salariais automáticos.
  • Promoções e suplementos remuneratórios (por vezes sem justificação)
  • A quantidade de carreiras profissionais criadas.
  • E o espectacular contrato vitalicio, onde só a disciplina o pode acabar.

Meus amigos. Alguns dos que estão a ler isto, não trabalham para a função publica. Como é que se sentem? Acham que está certo uns serem azuis claros e outros serem azuis escuros?

Certamente uns dirão : "Caramba...que injustiça". Outros dirão : "Mas eu acho que este regime é que está certo".

Certo ou errado, justo ou injusto. O que é certo é que foi preciso estarem a ficar sem dinheiro para que estas verdades saissem da toca. Sim, porque se assim não fosse, continuava este sistema escondido e restricto a uns 600 mil trabalhadores enquantos os outros milhões continuariam a pagar a factura.

Poderão dizer que estamos a nivelar por baixo. Que deviamos era ser como a função publica. Certo. Também concordo, mas o que é que, durante estes ultimos 30 anos, os defensores do sistema do funcionalismo publico fizeram pelo privado? ZERO. Puxaram-no para cima? Claro que não. Isso iria esgotar os recursos mais depressa. O que é preciso é que uns milhões de "cegos" continuassem a contribuir para o "Sistema".

Quanto a mim, que já não sou aumentado à 4 anos, que não sei se irei ter reforma, que a unica progressão que tive na carreira foi o aumento de funções e de responsabilidades com o respectivo aumento da carga horária de trabalho, acho que este sistema é injusto porque é descriminatório.

À poucos dias, falando com um amigo meu, e um ilustre académico, veio à baila a obrigatoriedade da permanencia dos professores nas escolas. Ele anda revoltado. E revoltado disse-me "Sabes? Com os anos de carreira que tenho, só tinha obrigação de leccionar 12 horas por semana. Agora tenho que aturar os putos do 8º e 9º. Não estou para isto". Foi com respeito à minha amizade que não dei um grito de desespero naquele momento. 12 HORAS POR SEMANA é o que precisava de fazer para permanecer no seu local de trabalho. Nem que precisasse de mais 12 horas para a preparação das aulas. Fazia 24 horas por semana. Quem me dera, com a idade dele, porque ainda é novo, conseguir ter um emprego com 40 horas semanais. Estão a perceber porque é injusto este sistema. AH! É verdade. Este ilustre professor, nas horas que não necessita estar no seu local de trabalho, está em casa a preparar as aulas que dá na faculdade...

Acho que por hoje chega. Voltarei a falar do funcionalismo publico quando pedirem mais um estudo que identifique para onde vai o meu dinheiro...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Desculpa... Acabaste de chegar de Marte ou estiveste a fumar? É que pareceu-me que o professor novo que dá 12 horas de aulas que tu conheces deve ser marciano...

27/9/06 01:13  

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