25 janeiro 2007

Pois...

Só gostava que os meus amigos soubessem que eu não sou nem sargento da GNR, nem conheço a mãe da criança e que andava por aqui à procura de uma beata quando me encomendaram a prosa.

Por isso, os que se andavam a divertir com ela que se cheguem à frente.


(olha lá...)

18 janeiro 2007

Adeus, até um dia…

Este é o meu último post no Con(tro)versas. Após pouco mais de um ano chega ao fim esta aventura. Com muita tristeza mas, pelo menos para mim, é tempo de mudança.

O projecto Con(tro)versas não foi muito bem sucedido, pelo menos quando o avaliamos contra aquilo que eram os seus objectivos iniciais: reflectir aqui as polémicas entre mim e o Miguel do Vale. Isso nunca aconteceu! Verdade seja dita que, o Miguel, nunca se mostrou tão entusiasta deste projecto quanto eu. E, quando um projecto depende do empenho de dois para ir para a frente e um não está motivado… não vai. Isto não é uma crítica ao Miguel. Apenas uma constatação de facto. Criar e alimentar o Con(tro)versas era motivante e mobilizador para mim mas não era para ele. E pronto.

Após ter tomado consciência disto, pouco depois do Con(tro)versa ter arrancado, ainda pensei que este blog poderia sobreviver com outra formula. Não com base em polémicas entre mim e o Varanda - basta ver os nossos escritos aqui para ver que isso era impossível. Mas um blog com algum contraste entre dois estilos muito diferentes. Infelizmente, essa formula também não se revelou viável. O Varanda, após uma entusiástica fase inicial, passou a ser muito irregular. De tal forma que, ele mesmo, a certa altura, referia-se aos nossos poucos leitores, como os “leitores do PSeven”! Isto é, sem querer, este blog tinha-se tornado o meu blog pessoal, mas sentindo eu deveres que não sentiria se fosse mesmo o meu blog pessoal. Mesmo assim, lá foi andando, até que fases de falta de tempo e, depois de falta de vontade de blogar da minha parte, levaram o Con(tro)versas ao estado de coma, ligeiro mas em coma.

Há dois meses atrás, ainda tive alguma esperança. Com a entrada do Tecklas, com a ideia de estabelecer uma periodicidade de posts regular e com o possível alargamento a outros conversadores… enfim, podia ser um balão de oxigénio para o comatoso Con(tro)versas. Mas não foi. O Tecklas só pôs um post, eu não consegui manter a periodicidade mínima que tinha prometido e quanto a caras novas… tudo velho!

É tempo de encarar a realidade: Assim não interessa continuar. Como dizia o Miguel do Vale, há um ano atrás: “É tempo de acabar com este blog”. Pelo menos para mim. Não vou acabar com o Con(tro)versas. Vou apenas sair. Ao Varanda, ao Miguel do Vale e ao Tecklas cabe agora a decisão de o manter, revitalizar, deixar morrer ou “suicidar”.

E quanto a mim? O que é que eu vou fazer? Não sei! Habituei-me a ter este espaço onde eu podia vir escrever e desancar no muito que se passa nesta sociedade globalizada e de pensamento único neo-liberal de que eu não gosto. Sei que vou sentir falta dessa possibilidade (acho que já sinto um pouco). Como vou ultrapassar isso, ainda não sei. Para já, só quero sentir o alívio de não me sentir mal por não estar a alimentar o Con(tro)versas, por não estar a dar o meu contributo para o projecto comum, de desiludir possíveis leitores, etc. Depois, logo se vê. Só posso garantir que, se fizer alguma coisa, vai ser diferente.

Adeus a todos. Um grande abraço e… a gente vê-se por aí!

03 janeiro 2007

A Pena de Saddam

(Parece sina! Todas as vezes que penso escrever aquele post sobre o anunciado referendo ao aborto, aparece qualquer coisa mais urgente. Talvez da próxima)

No post que está aqui a seguir, o meu amigo Varanda dá azo à sua compreensível revolta perante um acto, à partida, bárbaro. E, à partida, estou de acordo com ele. Mas…

Por motivos que tenho exposto ultimamente sou contra a pena de morte, quando aplicada a seres humanos. Só que, para mim, a tortura, acto pelo qual se causa voluntariamente sofrimento a uma pessoa, é algo de verdadeiramente incompreensível. Compreendo que alguém, para se defender, ou porque está no meio duma situação em que se perdeu o controle ou por outros motivos válidos, seja levado a agredir outro. Por motivo de autodefesa ou para defender inocentes até aceito, em situações extremas que alguém mate alguém. Mas torturar? Voluntariamente provocar sofrimento a outra pessoa? É para mim de tal maneira impensável que não consigo considerar os responsáveis por isso seres humanos. É um dos dois casos em que defendo que, não havendo qualquer dúvida, a pena de morte deve ser aplicada. Sobretudo a quem ordena essas práticas, mas sem excluir quem as executa.

O Outro é o genocídio! É, normalmente uma decisão tomada a frio, com total desprezo pela vida de milhares de seres humanos. Quem toma decisões destas coloca-se do outro lado da barricada em relação à raça humana. Mais uma vez, desde que não haja lugar a dúvidas…

Então estou de acordo com a execução de Saddam? Não!!! Não tenho a mínima dúvida de que ele é culpado tanto de genocídio como de tortura. Mas eu não sou competente para julgar seja quem for. Mais por nós do que por Saddam, este caso tinha o direito a um julgamento imparcial. Mais por nós do que por ele, era preciso expor em tribunal, e sem margem para a mínima dúvida, os muitos crimes de que ele era acusado. E isso não foi feito. Aquela fantochada, tinha a condenação decidida desde o início. Um juiz foi afastado do julgamento porque estava a ser demasiado brando com Saddam. A condenação foi conhecida poucos dias antes da votação intercalar para o Congresso e o Senado dos EEUU e a execução foi feita à pressa. Mais, com tanta asneira, foi aberto caminho para que este tirano seja considerado, por muitos, como um mártir e para atiçar ainda mais o clima de pré-guerra civil que se vive hoje no Iraque. Assim, por motivos diferentes, também eu digo, como o Varanda, “Lamento ser obrigado a lamentar por uma pessoa que merece ser punida. Mas assim não.”