02 fevereiro 2006

Teresa, Lena, o Carro e o "Síndroma do Soutien"

Hoje, Teresa e Lena, um casal gay, tentaram casar-se em Lisboa. É claro que não conseguiram e, o seu advogado apresentou de imediato, um recurso para a instância seguinte. Segundo ele, a disposição do código civil que estabelece o casamento como um contrato entre duas pessoas de sexos diferentes, é discriminatória em relação aos homossexuais! Pensei logo em contratá-lo para obrigar o meu banco, a fazer comigo um contrato de empréstimo para compra de um carro novo, igual ao do empréstimo para compra da minha casa, alegando que, caso não o façam, estão a descriminar o meu carro!

Agora a sério: acho que até um idiota percebe que um contrato tem de ter em conta a especificidade do que é contratado. No caso do casamento (por enquanto entre pessoas de sexos diferentes) é preciso ter em conta a possibilidade (forte) de nascerem filhos. Aliás, nas sociedades actuais, a principal função do casamento, é a de contribuir para a criação de uma unidade familiar estável, favorável à educação de crianças. Ora nada disto tem a ver com os homossexuais. Por isso é que eu defendo que, deve existir um contrato de união entre eles, diferente do casamento.

Outra linha de argumentação é a de que o casamento terminaria com a discriminação de que os homossexuais são alvo. Se a primeira é disparatada esta não é menos. Conheço vários casais heterossexuais, com filhos e vida em comum há vários anos, que não são casados e que não sentem qualquer discriminação por isso. Porque este é um problema de mentalidade e não de legislação!

Então porque é que os homossexuais querem tanto casar-se? Na minha opinião, porque sofrem do que eu chamo “Síndroma do Soutien”! As feministas, no início do sec XX, consideravam o soutien uma invenção da sociedade machista, que via a mulher apenas como objecto sexual, tendo mesmo promovido manifestações em que se procedeu a queimas públicas de soutiens! É claro que, quando o movimento cresceu e se tornou adulto, estas ideias foram, pouco a pouco, abandonadas. Creio que o mesmo vai acontecer com o “casamento gay” – vai acabar por ser instituído e, pouco a pouco, abandonado!

PS: Confesse lá! Quando viu o título pensou que o tema era outro...