18 abril 2006

BALEADO

Esta é uma história real! Aconteceu com um casal de amigos meus, e foi-me contada pelos próprios. Eles estão reformados e vivem a poucos quilómetros de mim, numa das muitas localidades da linha de Cascais.
No passado dia 6, pelas 3 da tarde, saíram de casa sem qualquer destino especial. A cerca de 20 metros da porta de casa, ela dirigiu-se ao contentor do lixo, enquanto o marido esperava junto a uma árvore. Pouco depois ouviram um estampido e, o marido, sentiu uma dor na perna. Para seu espanto, viram uma mancha de sangue a espalhar-se pelas calças e perceberam que ele tinha sido baleado! Transportado ao hospital de Cascais, uma radiografia confirmou a existência duma bala alojada na perna. Tudo se deu, como já disse, em pleno dia, numa zona residencial e calma.
Chamada a polícia, descobriu mais balas na zona e marcas de tiros na árvore junto da qual o meu amigo foi baleado. Note-se que é a segunda vez que uma cena destas se dá naquela zona. Há cerca de um ano, uma vizinha, foi baleada nas costas, não tendo o caso sido mais grave apenas porque ela trazia uma daquelas malas-mochilas, que amorteceu muito o impacto da bala. A polícia está informada dessa ocorrência, uma vez que a devida queixa foi feita na esquadra local, bem como da que se deu com o meu amigo, que também apresentou queixa. Tal como está consciente que, a partir dos indícios de tiros na árvore e dos locais onde as duas pessoas foram baleadas, os tiros só podem vir de um prédio próximo.
O que é espantoso é que, perante esta situação, o único resultado da queixa apresentada, tenha sido a convocatória para um exame à perna pelo médico da polícia! Estamos perante um caso claríssimo de perigo de vida para cidadãos deste país. O energúmeno que provocou isto, sentindo-se impune, pode voltar à brincadeira a todo o momento. E, ninguém pode garantir que, a próxima bala, não vá atingir a cabeça ou o coração de um qualquer cidadão inocente que por ali passe.
Perante isto, a policia argumenta que não pode fazer nada até serem resolvidas determinadas trapalhadas burocráticas, como o relatório do seu médico (não bastava a radiografia do hospital?) chegar não sei aonde para, então… Com certeza que não fazerem nada porque, entretanto o tempo passou e pistas e as lembranças, por exemplo dos moradores do prédio suspeito, desvaneceram-se. De que se está à espera? Do tal tiro na cabeça de alguém para o caso ser denunciado nas televisões, e não neste modesto blog?

1 Comments:

Blogger Varanda said...

A incompetência gera incompetência. Estamos demasiado habituados a encolher os ombros e pensar que não vale a pena tentar resolver estes problemas porque os verdadeiros incompetentes não foram colocados lá pela sua competência e quem os colocou lá não está (ou esteve) em posição de o fazer por ser competente...
A somar a esta situação temos uns "media" que estão mais preocupados em vender do que em resolver problemas sociais ou politicos, a sua motivação tem mais a ver com "prender" as pessoas pelo triste espectáculo que exibem do que eliminar as causas desse espectáculo.
Eu sei que tens um espirito revolucionário e deixa que te diga que talvez seja a única solução para o momento que estamos a viver.

18/4/06 13:25  

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