17 julho 2006

Os Exames da Vergonha

Ou da falta dela! Primeiro deixem-me que explique uma coisa: recebi as primeiras informações sobre as fortíssimas trapalhadas que se estavam a preparar com os exames nacionais há mais de 2 semanas. Só que, na impossibilidade de completar essas informações (não sou professor) fui adiando este post até já não poder mais. Agora perante o que está a acontecer tenho mesmo de deixar aqui registado o meu protesto perante o escândalo que não está a ser denunciado numa imprensa demasiado mansa e seguidista da Srª Ministra.

A explicação para as notas baixas nos exames em geral é muito simples: ORDENS DO MINISTÉRIO!!!
Nas reuniões promovidas pelo GAVE (Gabinete de Avaliação Educacional) com os professores que iam corrigir as provas, juntamente com os critérios de correcção publicados, foram fornecidos outros que alteravam os critérios oficiais de forma incorrecta e injusta, prejudicando os alunos. De tal maneira que, os próprios professores protestaram energicamente prevendo o descalabro de notas baixas a que se assistiu!

Exemplos: No exame de Português do 9º Ano, era pedido aos alunos para passar uma frase do discurso directo para o discurso indirecto; este exercicío obriga a várias transformações. Bastava o aluno falhar a menos importante para ter ZERO mesmo que tivesse acertado em todas as outras!

Numa pergunta do exame de Física e Quimica do 11º Ano, apesar dos critérios oficiais referirem que o aluno podia apresentar os cálculos de forma diferente desde que obedecessem a determinadas condições, os professores foram instruídos para não aceitarem senão a solução oficial!

Estes são apenas dois de muitos exemplos. Rara era a pergunta para a qual não existia uma norma restritiva deste tipo que ia prejudicar a classificação de muitos alunos. Qual o objectivo desta actuação, vindo de uma Ministra que parece obcecada em “chatear” o professor? Não é difícil de imaginar!

Outra questão: Porque é que só os alunos de Química e de Física do 12º ano é que têm direito a que a nota da 2ª chamada da prova conte para a 1ª fase de acesso ao ensino superior? Não é, com certeza por causa dos níveis atingidos - os de Matemática foram os piores. Nem dos erros ou perguntas mal elaboradas, que também aparecem noutros exames. Que se passa? A ministra gosta mais destes alunos do que dos outros? Quem é que sai beneficiado? Não é ninguém que eu conheça, mas…

(Obrigado ao “We have Kaos in the garden” pela imagem)

5 Comments:

Blogger Kaos said...

Esta gente em vez de se preocupar com o futuro dos jovens, promover o conhecimento e insentivar a aprendizagem continua com as politicas debaixo da mesa e com as guerrilhas. Querem tomar medidas, tomem e assumam o que fazem com todas as consequencias que isso traga. Não queiram é limpar as suas mãos na vida dos outros.
um abraço

18/7/06 10:46  
Blogger Rui Martins said...

e pronto... lá se esfuma imagem positiva de uma ministra que até conseguira deixar uma imagem de competência depois de todo o desnorte da era Santanaz e Barroso...

os detalhes deste "caso" são escandolosos e só mostram o nível de Política que se pratica em Portugal...

não será possível processar esta gente? num país onde a Justiça funcionasse seria... mas aqui...

18/7/06 11:24  
Blogger PSeven said...

Kaos,
Pois, o problema é que as medidas que era preciso tomar, mudar programas, limitar o número de alunos por turma, etc, custam dinheiro! E gastar mais dinheiro com a educação pública é um crime de lesa mercado para estes neo-liberais recém convertidos... Para eles é preferível... isto que estamos a ver!

Um abraço

18/7/06 11:58  
Blogger PSeven said...

Rui,
Pelo que estou a ver na imprensa de hoje, ainda a procissão vai no adro. Ainda vamos ver muita coisa a acontecer, mas justiça? Nã!

Um abraço

18/7/06 12:01  
Anonymous Anónimo said...

È verdade que já encontraram um bode espiatório. Os pais já pedem a demissão do secretário de que assinou a portaria que permitia aos alunos repetirem o exame na 2ª fase. Mas na Ministra ninguém toca. Porquê?

2/8/06 02:37  

Enviar um comentário

<< Home