22 dezembro 2005

O "estado" das coisas

Lembro-me de uma musica africana cujo nome se "varreu" em que um puto se queixava ao pai porque não tinha comida, ao que o pai respondia: "Che minino, não fala dá politica, não fala dá politica..."
O problema não está no cabelo, está na cabeça: Lembram-se do candidato do PCP á câmara de Lisboa? Era ou não uma pessoa convincente? Porque é que não votaram nele? Se calhar porque é de um partido com pouca expressão. Temos pessoas sérias em partidos com pouca expressão e politicos populistas (ou pior, porque ser populista não é o pior defeito que um politico pode ter) em partidos com grande expressão. Vamos votar em quem? E vamos votar porquê?
Os politicos deviam existir para ter opiniões gerais sobre as coisas (estilo Alvaro Cunhal ou Sá Carneiro) e os governantes deviam ser "colocados" em função do seu curriculum: Dr. XPTO esteve na empresa tal e tal fez isto e aquilo e os RESULTADOS foram os seguintes... vai ser ministro disto ou daquilo. De uma forma transparente. Não é como a vergonha de se escolher uma pessoa para um posto de extrema importancia, reconhecer a competência do homem e no dia em que ele opina publicamente que tem dúvidas em relação ao que toda a gente tem dúvidas, dá-se um chuto no homem e toca a assobiar para o lado...

Eu não consigo disfarçar a minha simpatia pelo Dr. Garcia Pereira porque me parece que tem opiniões sinceras e seguramente que não precisa da politica para nada.
Porque é que eu nunca votei nele? Será que não concordo com as ideias dele? Será assim tão importante concordar com as ideias de alguém? Quem sou eu? Serei Deus? Porque é que para votar em alguém tenho que concordar com essa pessoa?
Não me parece difícil concordar com qualquer ideia inteligente.
Desde que seja sincera.
E honesta...