A VW Ataca de novo - Agora em Portugal

O que se passa em Palmela, na Auto-Europa, é verdadeiramente vergonhoso. Há cerca de dois meses, a mesmissima VW, pressionou os trabalhadores de uma fábrica alemã, levando-os a prescindir de parte dos seus salários e de outras regalias, usando a Auto-Europa como arma de arremesso: se não cedessem à chantagem da administração, a VW entregava à Auto-Europa o fabrico do novo jeep da marca e não garantia os empregos, tendo-se mesmo chegado a falar de um possível encerramento. Como a manobra resultou, agora a VW usa uma derivação da mesma estratégia com a fábrica de Palmela: ou aceitam aumentos abaixo da inflacção e a desvalorização do trabalho extraordinário ou, nas palavras da administração, estará em risco o futuro da fábrica! Mas não era esta mesma que, há escassos dois meses tinha custos tão baixos e produtividade tão elevada que podia pôr em risco os empregos dos alemães?

O mínimo que se pode dizer é que a VW tirou a máscara: isso de concertação social, de diálogo entre patrões e empregados, de termos todos de puxar para o mesmo lado é uma bela duma treta. Quando chega o momento de falar de números, o que eles querem é sempre o mesmo: galinha gorda por pouco dinheiro (ou seja: o máximo da produtividade com o mínimo do salário). Em Palmela tiveram estes anos todos de isenção de impostos? Optimo, mas isso não lhes faz sentir nenhuma responsabilidade. É possível com ordenados maíores produzir um carro que, mesmo assim, dá lucro? OK! Mas se na Roménia, em Taiwan ou, qualquer dia, no Quénia, for possível produzir o mesmo, com menores custos... lá vão eles...